Casa do Pão de Queijo entra com pedido de recuperação judicial
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A Casa do Pão de Queijo entrou, na última sexta-feira, 28, com pedido de recuperação judicial e falência. O valor acumulado da dívida é de R$ 57.496.189,82. O valor inclui contas de luz não pagas da fábrica da empresa, que corre o risco de parar a produção se a energia for interrompida. O processo está a cargo do juiz Leonardo Manso Vicentin, da 1ª Vara Regional de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem do Fórum João Mendes, na capital paulista.
Em nota emitida por sua assessoria de imprensa, a empresa afirmou que foi fortemente impactada pela pandemia de Covid-19, pela alta de juros e pelo clima. Em relação à pandemia, a Casa do Pão de Queijo diz que o evento a “obrigou a suspensão de atividades por razões sanitárias com a consequente perda de produtos, sem uma contrapartida suficiente em termos de aluguéis de lojas, pagamento de funcionários e contratos com fornecedores”.
A empresa também credita o cenário macroeconômico pouco favorável. “Em especial com os juros altos que afetaram não apenas a companhia, mas também vários setores da economia, notadamente o varejo”. Outro fator elencado envolve o clima, que levou a “perda de receitas relevantes”, diz a Casa do Pão de Queijo.
O pedido de recuperação judicial visa, segundo a empresa, “uma ampla e negociada solução para a situação financeira atual, de modo a permitir à direção da empresa honrar todos os seus compromissos”.
A Casa do Pão de Queijo informou ainda que as operações da companhia devem continuar normalmente na fábrica, nas lojas próprias e nas franquias, e que, inclusive, deve abrir novos pontos de venda. “Também estão previstos lançamentos de produtos no final do ano, como de costume”, diz.
Casa do Pão de Queijo entrou com pedido de recuperação judicial e falência Foto: Casa do Pão de Queijo/Divulgação
Histórico
A primeira unidade da Casa do Pão de Queijo foi fundada no ano de 1967 na rua Aurora, no centro de São Paulo. A receita foi criada por Arthêmia Chaves Carneiro, a mulher que estampa a marca até os dias de hoje. Segundo a história contada pela própria empresa, no primeiro dia de atuação, foram vendidos 2.000 pães de queijo.
Com o crescimento da demanda, a empresa abriu a sua primeira fábrica no ano de 1983, na Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. O modelo de franquias foi adotado 20 anos após a criação da primeira unidade, em 1987. À época eram 13 lojas, número que saltou para 200 em 2000.
Ainda em 2000 a CPQ Brasil S/A, razão social da empresa, recebeu aporte financeiro do fundo de Private Equity do Banco Pátria. No mesmo ano, teve início a construção da fábrica de Itupeva, no interior do Estado. Cinco anos depois, o número de pontos de venda saltou para 700, e, em 2008, atingiu 1.000 lojas. Em 2009, um novo sócio entra no negócio, o Banco Santander. Em 2010 a empresa decidiu ampliar os negócios para além do pão de queijo e decidiu adquirir a marca O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo. Dois anos depois, em 2012, a família Carneiro tornou-se proprietária de 100% do negócio. Desde 2001 ela é presidida por Alberto Carneiro Neto.