“Um cavalo de Tróia da China” na Europa: Hungria assume a presidência do conselho da UE e vai exercer a sua influência
A Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia esta segunda-feira, com um mandato que vigorará até 31 de dezembro de 2024. Mas este pequeno poder acarreta alguns riscos. A Hungria tem servido a causa chinesa e os interesses de Pequim na UE desde há muito tempo, dizem os analistas, Com a guerra comercial entre as duas grandes potências a ganhar força, o que se pode esperar de Orbán?
Viktor Orbán
O veto húngaro na União Europeia representa cerca de 60% de todos os vetos, e a maioria dessas objeções da Hungria, nos últimos três anos, protege os interesses da Rússia e da China. A contabilidade é apresentada por Katalin Miklossy, investigadora de estudos europeus na Universidade de Helsínquia, que observa que, não só a Hungria tem sido o Estado do bloco europeu que mais protege a Rússia, como o que mais serve os interesses comerciais chineses. Para a China, a Hungria - que assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia esta segunda-feira, com um mandato que vigorará até 31 de dezembro de 2024 - também se encontra estrategicamente posicionada, entre o extremo leste da União Europeia e o seu centro industrial a oeste, com profundas ligações às cadeias de abastecimento alemãs, sobretudo ao nível da indústria automóvel.
A relação com Pequim tem passado mais despercebida, apesar de ter-se intensificado após o começo da invasão em larga escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Numa visita a Budapeste no início de maio, o Presidente chinês, Xi Jinping, descreveu a relação entre os dois países com uma metáfora destinada a amaciar ainda mais o nacionalista Viktor Orbán: “Tão suave e rica como o vinho Tokaji [bebida húngara].” Mas as palavras doces não são tudo: Orbán recebeu de Xi a promessa de cerca de 16 mil milhões de euros em investimento direto estrangeiro chinês.
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