Perdeu-se o "medo de votar na extrema-direita". Pelo meio Macron foi uma "catástrofe" e Le Pen tornou-se um "perigo iminente"

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Emmanuel Macron (Associated Press)

Um presidente que causou uma “catástrofe” em França com a dissolução da Assembleia Nacional. Um resultado que levou, “sem enganos a uma nova ordem política” e a pressão das horas a passar: “Faltam seis dias para evitar o pior”. É desta forma que os editoriais dos principais jornais franceses descrevem a vitória deste domingo da Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen na primeira volta das legislativas.

Sob o título “a urgência de uma frente republicana”, a redação do Le Monde considera que o facto de o partido de Le Pen ter conseguido um terço dos votos no escrutínio é “perigosa”, porque “apesar de e todas as suas dissimulações”, o Reagrupamento Nacional , “continua a ser eminentemente perigoso, porque a sua política assenta na preferência nacional, um conceito que equivale a classificar as pessoas de acordo com as suas origens."

Por isso, advoga, “só a formação de uma poderosa frente republicana pode ainda bloquear” a ascenção de Jordan Barella ao cargo de primeiro-ministro. Também da decisão de Macron de convocar eleições antecipadas para uma “clarificação” face ao resultado desastroso das Europeias deste ano é vista como “imperdoável”. “Contribui para banalizar o voto a favor da extrema-direita, numa altura em que resta muito pouco tempo para tentar construir um último surto, mobilizando todos os valores ligados à República”. “No domingo, 7 de julho, o país não está apenas a jogar a alternância, está em risco de a virar”.

Já o Le Figaro, tradicionalmente mais conservador, foi mais ácido com a decisão do presidente francês. “Quando os historiadores olharem para a dissolução, só terão uma palavra: catástrofe! Não podia ter sido mais completo”. “Emmanuel Macron tinha tudo, ou quase tudo: o Palácio do Eliseu, e três anos à sua frente; uma maioria, ainda que relativa, mas ainda assim uma maioria; um partido em bom estado de funcionamento; uma base eleitoral estreita, mas surpreendentemente sólida; uma imagem pessoal abalada, mas uma autoridade inquestionável. Perdeu tudo, exceto o Palácio Eliseu”, lê-se no editorial assinado por Alexis Brézet.

 

O texto, depois, vira-se para as alternativas em jogo ao bloco centrista de Macron. "Entre Bardella e Mélenchon, quem, em sã consciência, quererá colocar um sinal de igualdade? O programa da UN é certamente preocupante em muitos aspetos, mas do outro lado da moeda: antissemitismo, islamo-esquerdismo, ódio de classe, histeria fiscal...", uma frase que já levou o historiador Alexis Lévrier, especialista em estudos de imprensa na Universidade de Reims a entender que o editorial pode ser entendido como “uma mobilização do jornal à extrema-direita”.

Por sua vez, o Libération, de centro-esquerda, responsabiliza, no seu editorial, Macron por ter tentado, com a convocação de eleições antecipadas, obter uma maioria clara "para atuar com serenidade e concórdia". Em vez, escreve o jornal, os eleitores “infligiram-lhe uma nova prova de isolamento”. E em resposta à postura do presidente de opor a coligação de esquerda e a extrema-direita com uma instrução de ‘nem um, nem outro’, “os franceses votaram maciçamente em ambas, mas deram uma clara vantagem ao União Nacional”, acrescenta o editorial, sublinhando que só uma “união republicana pode travar o pior”.

 

Os regionais e especializados vão no mesmo sentido. O Sud-Ouest, de Bordéus, escreve que Macron  “só conseguiu fazer uma coisa quando dissolveu a Assembleia Nacional: levar os franceses de volta às urnas”. Os resultados do UN, nessa sequência, são vistos como “a nova ordem no país, que a aposta louca do presidente Macron não conseguiu inverter”. E o financeiro Les Echo compara as semelhanças dos programas económicos da coligação de esquerda - que conseguiu o segundo lugar nesta primeira volta - e da de extrema-direita. “Para eles, a economia é um jogo de soma zero e a única coisa importante é redistribuir a riqueza monopolizada por uma pequena casta”.

"A crista da onda de um fenómeno europeu"

Em Espanha, no editorial do El Pais, lê-se que os centristas e os conservadores moderados devem "por de lado as suas diferenças e apoiar quem conseguir derrotar a extrema-direita, venha ela de onde vier". "Ou se unem todos [os partidos do "arco republicano"] na segunda volta, a 7 de julho, para derrotar o UN de Marine Le Pen, ou arriscam-se a abrir caminho, dentro de uma semana, a um governo de extrema-direita em França, o primeiro na história democraticamente eleito".

Já o El Mundo qualifica a vitória de Le Pen como “a crista da onda de um fenómeno europeu” e destaca um fenómeno novo: "O facto de o centro social ter perdido o medo de votar na extrema-direita". "A estratégia de 'desdiabolização' de Le Pen, que expulsou o seu pai e fundador do partido por antissemitismo, deu frutos mesmo em zonas tradicionalmente típicas de uma esquerda amalgamada numa Frente Popular fragmentada, que tem dificuldade em apresentar uma proposta coesa.” “A aposta de Macron", conclui,“revelou-se suicida”

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