Dissecando um mosaico: Jonas e o mar revolto
Mosaico
Na Bíblia, o profeta Jonas recusa-se a cumprir a ordem de Deus para pregar contra a cidade ímpia de Nínive. Em vez disso, foge num navio. Deus produz uma tempestade violenta, que ameaça destruir a embarcação. Quando Jonas confessa à tripulação que a tempestade poderá ser por sua causa, é atirado ao mar para se salvar o frágil navio. Na água, Jonas é engolido por um peixe grande, muitas vezes representado como uma baleia.
No Antigo Testamento, o profeta Jonas recusa-se a cumprir a ordem de Deus para pregar contra a cidade ímpia de Nínive. Em vez disso, foge num navio.
A interpretação de Huqoq, visível nesta imagem, é a mais antiga ilustração conhecida desta história num contexto do judaísmo antigo. E tem um desfecho que figura em fontes escritas posteriores, judaicas e islâmicas: Jonas é engolido por três peixes consecutivos (1).
Aplicado na nave da sinagoga, o painel apresenta pormenores intrigantes: um homem calvo com barba lança uma corda ao mar (2). Poderá ser o comandante do navio. O seu cabelo grisalho sugere que é mais velho, logo presumivelmente mais experiente do que o resto da tripulação.
Um marinheiro no mastro do navio aponta para um trio de harpias ou sereias (3), personificações de ventos tempestuosos, em cima de uma nuvem. As estranhas criaturas híbridas com cabeça de mulher e asas, pés e caudas de uma ave estão a tocar lira e flauta e dançam ao som da música.
Esta é a mais antiga ilustração conhecida da história do profeta Jonas num contexto do judaísmo antigo.
Os animais marinhos incluem aquilo que poderá ser uma serpente marinha enrolada à volta de uma barracuda (4), um polvo (5), um golfinho (6) e peixes que foram identificados como bicas (7) e robalos (8).
Um pescador que lança a rede de uma pequena embarcação (9) e um homem que espreme a água de uma rede de pesca com um colega (10) – apenas parcialmente preservado – representam tarefas da vida quotidiana de um marinheiro.