Cerca de uma centena de pessoas manifestaram-se hoje em Lisboa para pedir a abolição da ideologia de género das escolas, considerando que “o Estado está a ultrapassar os pais” e que se trata de uma violação da Constituição.
Cerca de uma centena de pessoas manifestaram-se hoje em Lisboa para pedir a abolição da ideologia de género das escolas, considerando que “o Estado está a ultrapassar os pais” e que se trata de uma violação da Constituição.
A marcha, organizada pelo movimento “Acordai! Pelas nossas crianças” e com o apoio de outros movimentos cívicos conservadores, realizou-se entre o Parque Eduardo VII e o Rossio com os manifestantes de branco a pediram “deixem as crianças em paz”.
“O objetivo da manifestação é abolir a ideologia de género das escolas, porque o que está a acontecer é uma violação da Constituição. O Estado está a ultrapassar os pais. A questão da ideologia de género nunca foi falada entre adultos”, disse à agência Lusa Gisela Sequeira, presidente do movimento “Acordai! Pelas nossas crianças”.
Gisela Sequeira afirmou que a questão da ideologia de género é atualmente transversal a todas as disciplinas e abordada desde o jardim infantil até às universidades, além de existirem manuais que dão orientação aos professores para abordarem este assunto.
A mesma responsável esclareceu que o movimento é contra a ideologia de género, mas é a favor que se aborde nas escolas a educação sexual, porque “há pais que não se sentem à vontade para falar de sexo com os filhos”.
Gisela Sequeira defendeu ainda que os pais devem ser auscultados, devendo existir “uma discussão entre adultos antes de se semear a ideologia de género nas escolas”.
A presidente do movimento “Acordai! Pelas nossas crianças” prosseguiu: “Isto não está a acontecer ao mesmo ritmo em todo o país, tendo já chegado a algumas escolas e a não a outras”.
Os movimentos conservadores realizaram marchas em cinco cidades portugueses contra aquilo a que chamam “doutrina de género” e a lei de autodeterminação da identidade de género nas escolas.
O decreto que estabelecia as medidas a aplicar pelas escolas para assegurar o direito à autodeterminação da identidade de género e à proteção das características sexuais dos alunos foi aprovado no final do ano passado e vetado pelo Presidente da República.
O texto aprovado pela Assembleia da República previa que as escolas deveriam definir “canais de comunicação e deteção”, identificando um responsável ou responsáveis “a quem pode ser comunicada a situação de crianças e jovens que manifestem uma identidade ou expressão de género que não corresponde ao sexo atribuído à nascença”.
Após ter conhecimento desta situação, a escola deveria, em articulação com os pais, encarregados de educação ou com os representantes legais, promover a avaliação da situação, “com o objetivo de reunir toda a informação relevante para assegurar o apoio e acompanhamento e identificar necessidades organizativas e formas possíveis de atuação, a fim de garantir o bem-estar e o desenvolvimento saudável da criança ou jovem”.
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