México: Como é ficar no Naviva, o surpreendente hotel da rede Four Seasons

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Na total escuridão, uma infusão de ervas pulverizada sobre pedras incandescentes enche de vapor uma espécie de oca. Sentada sobre uma esteira de palha no chão, sou absorvida pelo toque do tambor enquanto meu corpo jorra suor. Minha tensão derrete, literalmente. Quarenta minutos? Uma hora? Já não tenho mais noção de tempo quando saio pela pequena porta e encho os pulmões de ar fresco. “Simboliza o parto”, me diz o xamã. Em meio a uma mata com árvores centenárias, recém-nascida, me sinto um ser mais leve. Além de cerimônias de Temazcal, a sauna ancestral das culturas mesoamericanas, sound healing em um penhasco ao pôr do sol e banho noturno na floresta são outras experiências fora do trivial que fazem parte da (falta de) rotina do Naviva, a aposta mais ousada da rede Four Seasons — famosa pelos resorts de luxo que foram cenário de White Lotus.

A 40 km do aeroporto de Puerto Vallarta, esse mix de glamping com retiro de bem-estar é vizinho do Four Seasons Resort Punta Mita, na Riviera Nayarit, o hotspot mexicano onde Orlando Bloom, Gwyneth Paltrow e Kanye West, entre muitas outras celebridades, costumam dourar ao sol, em mansões e hotéis superluxuosos. Mas, ao passar pela entrada em forma de casulo, já dá pra notar que o mood que impera lá dentro é outro. Não há uma recepção formal. No lugar de espumante de boas-vindas, bebida tradicional mexicana feita de coco. Enquanto embarcamos em um carrinho de golfe, sorridentes “guias Naviva” explicam, de camisa florida e bermuda, que não há horário fixo pra nada, nem menu no restaurante — ou melhor, na “cozinha da casa”.

Naviva quer dizer algo como “amor pela vida”. De fato, é difícil não amar viver quando se está imerso em 20 hectares de floresta com vista para o Pacífico — e baleias saltitantes de dezembro a março —, com uma praia privada aos seus pés. Erguido segundo os preceitos do design biofílico, o projeto do escritório sul-africano Luxury Frontiers prioriza o contato com a natureza. Em cada uma das 15 “tendas”, o hóspede tem a sensação de estar “acampando” no meio da mata. Pero no mucho. Todas as unidades têm piscina privada, cama perfeita, deck, rede, banheiro enorme com banheira freestanding, luneta e lounge com um charmoso minibar. As portas de vidro se abrem unindo os ambientes. Coerente, a decoração é low-profile e dá ênfase aos materiais naturais, como palha e madeira. O toque mexicano fica por conta de tapeçarias e quadros de artistas locais.

É difícil querer sair da tenda. Mas a piscina comum vale o esforço. Cercada pela mata, tem ilhotas equipadas com day beds e cabanas que permitem total privacidade. O garçom, Gael, está sempre disposto a servir drinks, ceviche e água de coco. Também é uma delícia comer na “cozinha da casa”, com vista para o mar. Não há menu fixo. Diariamente, a jovem chef salvadorenha Sofía Mojica propõe algumas receitas, mas tudo pode ser adaptado ao gosto dos hóspedes. Pratos saudáveis e delicados, com muitos ingredientes assados na brasa, me fizeram feliz nos dias em que estive por lá, bem como os drinks, criativos e bem executados — as melhores margaritas da sua vida. E tudo pode ser harmonizado com vinhos. Haja Temazcal .

Várias atividades estão incluídas na diária, a exemplo de aulas de yoga, observação de estrelas, treino de boxe mexicano, meditação, círculos de gratidão e caminhadas guiadas. Também rola degustação de vinhos e mezcal e aulas de como torrar café ou preparar seu próprio tepache (bebida ancestral fermentada). Os hóspedes também têm a possibilidade de usar os serviços do vizinho Four Seasons Resort. Mas, acredite, você não vai nem querer aproveitar esse benefício.

A diária das tendas custa a partir de US$ 3950 por casal com pensão completa, snacks, atividades de wellness, experiências culturais, um tratamento de spa e drinks. Reserve aqui

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