Equipa de Rúben Amorim marca quatro golos na 1.ª parte e gere a 2.ª, cimentando tranquilamente a vantagem para o Benfica. Há muita fome neste leão, agora a seis jogos do sonho após um 4-0 esclarecedor
O Sporting tem pressa de ser feliz
De tão habituado ao sofrimento que está, o triunfo do Sporting frente ao Benfica deixou o adepto dos leões numa espécie de bipolaridade: de tão encaminhado que isto está, o que vai ainda correr mal? Faltando seis jogos até ao final do campeonato, muita coisa ainda pode descambar, mas este Sporting parece ter pressa de ser feliz, de quebrar os jocosos hiatos entre títulos que a tantas graçolas deram origem, de sossegar um adepto que não sabe o que é viver sossegado.
Aos 11 minutos de jogo em Barcelos, frente a um Gil Vicente que se colocou inexplicavelmente em zona perigosa, tal a qualidade disponível, o Sporting já vencia por 2-0. Ao intervalo, já goleava. O sofrimento ficará para outro dia, quem sabe agora para outros adeptos menos habituados às maleitas do futebol, olhando para uma equipa que, com mais ou menos mexidas no onze, com nuances ou sem elas, parece solidamente acercar-se do sonho, com os pés sempre no chão.
Prevenindo possíveis ataques cardíacos nas bancadas, o Sporting cedo desmembrou uma adversário desorganizado sem bola e atrapalhado com ela. Morita e Daniel Bragança estancaram toda e qualquer fantasia do Gil em se aproximar da área de Israel e as recuperações altas mataram a equipa da casa ainda na madrugada do jogo, com Trincão na frente dar o melhor seguimento às quase burocráticas recuperações. É dele o primeiro golo dos leões, num lance que espelha bem o estado de espírito de uma e outra equipa. Gyokeres ganhou já dentro do meio campo do Gil, a bola seguiu para Morita que atirou ao ferro. No pânico de afastar a bola da área, os jogadores do Gil assustaram-se e quem cheirou o perigo foi Trincão, larápio da bola que Martim Neto tentava controlar, rematando de novo ao poste. Só que desta vez ela entrou.
Um querem muito, outros deviam querem mas talvez não consigam. O Gil Vicente perdeu o treinador a meio da semana (chicotadas psicológicas no último mês de campeonato é tããããão démodé) e chegou arrasado. O Sporting sentiu o cheiro do medo e pouco depois dos 10 um canto bem trabalhado confundiu, ao mesmo tempo, a marcação à zona do Gil e a marcação individual de Martim Neto a Diomande, que fugiu ao adversário para cabecear para a baliza.
A perder por dois, o Gil arriscou uma defesa ou pouco mais subida enquanto Amorim testava algumas nuances no sistema, que por vezes abeirou um 4-4-2. Quando os caminhos estavam fechados, Pote e Trincão iam criando perigo de longe antes do ex-Barcelona desenhar os primeiros esboços de goleada. O 3-0, diga-se, é quase todo de Daniel Bragança (mas que bem que lhe ficou a braçadeira de capitão), exímio no timing a antecipar-se no desarme a Mory Gbane, num estaladão na cara a quem o acha pouco intenso, pequenote, temporizando depois na perfeição o passe para Trincão rematar sem oposição. O jogo estava mais que feito e pouco mais de 30 minutos havia no relógio.
Ainda antes do intervalo, um passe longitudinal de Inácio encontrou Pote bem aberto na lateral esquerda, combinando em funções com o lateral mais interior que é Esgaio, e o cruzamento saiu bom para a cabeça de Gyokeres. O remate foi à barra, bateu na nuca de Andrew e entrou.
Com a Liga a decidir-se por atribuir o golo ao guarda-redes do Gil Vicente, uma das animações da 2.ª parte foi ver Gyokeres desesperadamente procurando o golo, que nem viciado em busca do próximo chuto. Sem marcar há dois jogos, o sueco, nota-se, é impressionante, sente-se vazio, desesperado. É uma força da natureza. A aflição que se lhe corre nas veias, no olhar esbugalhado, levou-o a um par de más decisões e também foi por causa disso que não houve golos a seguir ao intervalo.
Isso e algum desacerto do Gil, que veio renovado de espírito do balneário. Carlos Cunha, a tomar conta da casa antes que Tozé Marreco assuma, fez entrar Fujimoto e Félix Correia e no início da 2.ª parte houve fogachos da equipa que este ano já deu água pela barba aos grandes. Ainda assim, foi preciso chegar aos descontos para ver a grande oportunidade dos homens da casa, num falhanço indescritível de Depú.
Antes disso, os adeptos leoninos, em grande número em Barcelos, haviam desembrulhado um painel onde se podia ler modernamente #FicaAmorim, assim com hashtag para as redes, enquanto o treinador do Sporting, ainda treinador do Sporting, ia fazendo descansar alguns dos homens que mais brilharam neste relvado, Pote, Trincão ou Bragança. Ficou Gyokeres, o único jogador naquele retângulo que ficou danado com os magros minutos de descontos, num jogo que não teve casos ou confusões, uma maravilha para um árbitro. O sueco, por ele, ainda lá estava a tentar marcar mais um ou dois, como se a sua vida disso dependesse.
Também é esta marca registada deste Sporting, uma equipa com pressa para festejar, mas à procura de mais. Já são 83 golos neste campeonato, melhor registo desde 1973/74, diz o Playmaker. Não está fácil tirar a fome ao leão.
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