Contas do Sporting são boas, mas...há alertas

contas do sporting são boas, mas...há alertas

Contas do Sporting são boas, mas…há alertas

Lucro de 58,3 milhões de euros no primeiro semestre de 23/24, valor do plantel de 120 milhões e aumento das vendas de merchandising. Sim, não há dúvidas que os números apresentados no Relatório e Contas do Sporting são positivos e demonstram um trabalho muito interessante (para não dizer muito positivo) da direção liderada por Frederico Varandas. Ainda assim, há alguns alertas que merecem ser referidos, alguns que até são feitos pela empresa que faz a auditoria das contas leoninas.

Primeiro, e antes de irmos aos pontos de alerta, convém dizer que a SAD do Sporting está pronta para o futuro. Quando se fala em futuro fala-se apenas e só de uma coisa: a entrada de um investidor minoritário. Essa possibilidade ficou totalmente aberta quando o clube finalizou a compra das VMOC’s, no final do ano passado, aos Novo Banco. Essa compra das últimas VMOC’s, que permitiu ao clube passar a controlar e ainda aumentar a sua participação na SAD para 88%, foi feita com uma  antecipação de receitas, uma situação que deixou algumas dúvidas na altura.

Tal como o FC Porto fez recentemente, também o Sporting antecipou receitas do contrato das transmissões televisivas assinado em 2015. Essa antecipação foi feita sob a mesma base, com uma empresta externa, neste caso a Sagasta, a adiantar cerca de 50 milhões de euros e com os leões a terem de pagar um valor (não divulgado) para acederem a esse dinheiro mais cedo. Porém, ao que foi possível apurar, ao contrário do FC Porto, que já esgotou a totalidade do contrato de transmissões televisivas, o Sporting ainda tem cerca de metade dos 515 milhões que acordou com a NOS.

Alertas

O primeiro alerta vem na sequência da relação cada vez mais «intensa» entre a SAD verde e branca e a empresa Sagasta. Neste momento, com o fim das relação com os bancos, o Sporting tem apenas um credor, a Sagasta. No total, a dívida do clube para com esta empresa está fixada nos 113,9 milhões de euros. Para já a relação tem sido vantajosa para o clube, já que foi essencial para o fim da ligação aos bancos, que, por exemplo, obrigava a SAD leonina a dividir os lucros com as vendas de jogadores com essas instituições.

Ainda assim, fica sempre a dúvida sobre os custos dessa ligação em eventuais juros ou até em exigências futuras. Seria importante que, numa futura Assembleia Geral, a relação entre o Sporting e a Sagasta fosse totalmente clarificada.

A segunda fonte de preocupação vem pelo passivo e pelo «resultado operacional leonina sem a contabilização da transação de passes de jogadores». Explicando: sim, o lucro de 58,3 milhões é ótimo, mas assenta em duas vendas de jogadores, Pedro Porro (45 milhões) e Manuel Ugarte (60 milhões). Por isso, partindo do princípio que até 30 de junho não haverá nenhuma venda a rondar esses valores, será interessante ver como ficam as contas no final da temporada, especialmente sem Liga dos Campeões.

Para além disso, apesar desse valor recorde de lucro, o passivo do clube aumentou em 7,2%, passando de 309 para 331 milhões. Segundo o clube, esse aumento deveu-se ao crescimento dos valores pagos a fornecedores (entenda-se aqui que se fala de clubes a quem o Sporting tem de pagar dívidas, como são o caso de Manchester City e do Famalicão, que tinham direito a percentagens dos passes de Porro e Ugarte, por exemplo) e também à redução dos financiamentos que advém do fim da relação com os bancos. Apesar dessas justificações, não deixam de ser números que merecem ser alvo de alguma preocupação.

Olhando para o «resultado operacional da SAD leonina sem a contabilização da transação de passes de jogadores», vê-se o valor de 14,5 milhões negativos. Ou seja, entre receitas e despesas gerais, o valor é negativo. Numa empresa dita «normal», seria muito preocupante. No caso de um clube de futebol, que vive muitos das vendas de jogadores, não é tanto, mas não deixa de ser importante referir e que ajuda a lembrar a importância de ir à Liga dos Campeões para o Sporting.

O último alerta vem da empresa que faz a auditoria às contas leoninas e está presente na última página do Relatório e Contas. Lá, pode ler-se que «Estas condições [Passivo Corrente maior que o Ativo Corrente, capital próprio inferior à metade do Capital Social e prejuízos de anos anteriores recentes] indicam que existe uma incerteza material que pode colocar dúvidas significativas sobre a capacidade da entidade [Sporting SAD] se manter em continuidade». Porém, o próprio auditor lembra que um clube de futebol tem receitas extraordinárias (vendas de jogadores) que mitigam este tipo de preocupações.

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