Taiwan repatriou para a China os dois pescadores detidos após um incidente com a guarda costeira taiwanesa que levou à morte de dois outros chineses, disseram as autoridades de Taipé.
De acordo com a agência de notícias pública de Taiwan CNA, o Conselho dos Assuntos do Continente – órgão responsável pelas relações com a China – referiu que, concluído o processo de investigação do incidente, “não havia necessidade nem razões para reter os dois sobreviventes”.
“Com base na proteção dos direitos humanos, as autoridades competentes implementaram procedimentos de repatriamento de acordo com a lei”, notou o Conselho, acrescentando que os dois pescadores regressaram de barco à China na terça-feira.
Na quarta-feira, o Gabinete dos Assuntos de Taiwan chinês acusou Taipé de procurar “dissimular a verdade” sobre o incidente de domingo, em águas junto ao arquipélago das Kinmen, que ficam, no seu ponto mais próximo, a dez quilómetros da China continental.
“Por diversas razões, as autoridades de Taiwan procuram escapar às suas responsabilidades e dissimular a verdade sobre o incidente”, acusou Zhu Fenglian, uma porta-voz do Gabinete.
No domingo, a guarda costeira de Taiwan detetou uma lancha, com quatro pessoas a bordo, a cerca de dois quilómetros a leste de Beiding, uma das ilhas mais pequenas do arquipélago das Kinmen.
Os agentes taiwaneses ordenaram à tripulação que parasse a embarcação para inspeção, mas o barco acelerou, tendo depois capotado, provocando a morte de duas pessoas que estavam a bordo. Os dois sobreviventes foram detidos em Taiwan.
A imprensa oficial da China afirmou que se tratava de um navio de pesca, enquanto Taiwan não deu qualquer informação sobre a identidade da tripulação.
Pequim acusou Taipé de tratar os pescadores chineses de uma forma “agressiva e perigosa”, embora Taiwan insistisse que a guarda costeira procedeu “de acordo com a lei”.
No mesmo dia, a guarda costeira da China anunciou patrulhas na zona junto às Kinmen para “proteger as vidas e propriedades dos pescadores”, em resposta à morte de dois chineses no incidente de 14 de fevereiro.
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