Presidente do BC, Roberto Campos Neto 07/06/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino
WASHINGTON (Reuters) – Um cenário com dólar forte “é sempre um problema” e pode gerar reação de bancos centrais pelo mundo, disse nesta quinta-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ponderando que a situação tem sido melhor no caso do Brasil.
Em entrevista à imprensa em Washington, nos Estados Unidos, Campos Neto ainda disse ter apresentado na quarta-feira uma “gradação” de cenários para a política monetária brasileira –quando abriu as portas para uma redução nos cortes dos juros básicos– porque as incertezas do momento reduziram a visibilidade à frente.
Para o presidente do BC, a ampliação de incertezas foi causada “principalmente pelo movimento externo”. Ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na entrevista, ele não incluiu riscos fiscais domésticos entre os fatores de incerteza, como havia feito nos últimos dias após o governo afrouxar metas para as contas públicas.
Sem dizer especificamente se o BC já teria abandonado a orientação futura de cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual na reunião de maio do Comitê de Política Monetária (Copom), ele reafirmou que a atuação dependerá do nível de incerteza.
“Dependendo do caminho, a gente vai ter, vamos dizer assim, uma função reação. Mas não tem como antecipar muito o que vai ser feito porque a gente está num processo de reprecificação e a gente não tem ainda visibilidade do que vai acontecer”, disse.
A Selic está atualmente em 10,75% ao ano, patamar atingido após seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual. Em sua última reunião, o BC previu mais um corte da mesma magnitude em maio se confirmado o cenário esperado.
Na quarta-feira, Campos Neto havia afirmado que uma manutenção do cenário de incerteza elevada pode significar uma redução do ritmo de afrouxamento monetário, o que levou agentes de mercado a ampliarem apostas de um corte de 0,25 ponto na taxa básica na reunião de maio.
CÂMBIO
Em relação ao câmbio, Campos Neto mencionou o fluxo de recursos para o Brasil e as reservas internacionais do país como fatores que atenuam problemas.
Ele também disse que o câmbio no Brasil é flutuante e absorve choques, reiterando que o BC só intervém no mercado de câmbio quando detecta problemas no funcionamento do mercado, e não age contra questões que entende como estruturais.
Campos Neto argumentou que a dívida dos países está maior após a pandemia da Covid-19, e agora pagando juros mais altos, taxas que devem permanecer elevadas por mais tempo. Isso porque, segundo ele, o mercado vê menos cortes de juros à frente nos Estados Unidos do que esperava anteriormente.
Para Campos Neto, o movimento reduz a liquidez global, especialmente para países emergentes e de baixa renda, o que também impacta o câmbio.
“No caso do Brasil, o dólar é flutuante. O que é relevante para nós é o impacto do dólar na nossa função de reação, no que fazemos no BC, mas entendo que o Brasil tem uma situação diferente porque nossas contas externas são muito fortes”, afirmou.
“Sim, o dólar forte é sempre um problema e pode gerar reação dos Banco Centrais ao redor do mundo, mas no caso do Brasil nós vemos que a situação tem sido melhor.”
(Reportagem de Marcela Ayres, em Washington; reportagem adicional de Bernardo Caram, em Brasília)
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