“O Hélder Cristóvão deu-me o pontapé final que precisava para deixar de jogar, já não suportava injustiças”
Afonso Figueiredo tem um podcast, faz brigadeiros para um café de que é sócio, adora jogar padel e voltou recentemente a jogar futebol, com os amigos. O defesa esquerdo que se despediu dos relvados há um ano revela-nos, nesta segunda parte do Casa às Costas, como foram os anos na França, onde ganhou mais dinheiro, fala da passagem pelo Levski de Sófia e do regresso a Portugal, onde em cinco anos representou cinco clubes. Confessa que ainda estar a fazer o luto do futebol e não esconde que continua a ir ver jogos do Sporting, agora sempre com o filho
“O Hélder Cristóvão deu-me o pontapé final que precisava para deixar de jogar, já não suportava injustiças”
Como e quando surgiu o interesse do Rennes, de França?
Sei que eles vieram ver jogos meus do Boavista, várias vezes. Entretanto, estava de férias na Indonésia e começaram a ligar-me várias pessoas a dizer que tinham o Rennes para mim, eu no desespero dizia que queria ir, mas que tinha empresário. Até que finalmente o meu empresário ligou-me a falar do Rennes.
Ficou contente de ir para França?
Fiquei. Era um clube que não conhecia bem, mas tinha lá um português.
Já lhe tinha passado pela cabeça sair do país? Era algo que ambicionava?
Eu queria muito, mas confesso que achava ser uma liga que não tinha nada a ver comigo.
Para que liga gostava de ter ido?
Para a espanhola. Tinha muito a ver com o meu futebol. É importante escolhermos algo que se enquadra com as nossas características. Mas fui para França, com um contrato incrível de quatro anos.
Foi sozinho?
Não. A Rita veio comigo. Namorávamos há pouco tempo, mas veio comigo. É engraçado que das primeiras perguntas que me fizeram no Rennes foi se era casado, via-se que era importante para o clube saber. Tinha uma estrutura incrível, provavelmente se fosse solteiro precisaria de mais controle e havia esse cuidado. Foi um passo gigante na minha carreira. Financeiramente mudou-me completamente a vida. Mas nunca tive noção do passo que tinha dado, a grandeza daquilo que eu tinha atingido.
Porque diz isso?
Quando cheguei ao Rennes tinha pouquíssimo dinheiro na minha conta, não conseguia poupar no Boavista, recebia muito pouco. De repente, estou num hotel na França e tenho de procurar casa, porque o contrato é tão bom que eles não dão casa, nem carro. Quando cheguei ao clube, era só carros inacreditáveis, um centro de treinos como nunca vi, um clube gigante, com jogadores incríveis. Tive de retardar o meu tempo no hotel ao máximo, até me cair o primeiro mês de ordenado para poder dar entrada para alugar uma casa. Não era mobilada, tive de ir às compras com a minha mulher, arranjar as coisas todas. Foi uma diferença de realidades brutal.
Sabia falar francês?
Zero. Comecei a falar com o tempo.
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