“No Vietname, tenho jogadores que entraram para a Academia com 7 anos e fizeram contrato até aos 25. É difícil o futebol evoluir assim”
Mauro Jerónimo, de 36 anos, está há sete no Vietname, onde se deixou encantar pelas condições de trabalho proporcionadas pelo PVF que, garante, estão ao nível de qualquer grande clube europeu. A preparar-se para subir à I Liga, o treinador açoriano, casado com uma moldava e pai de duas filhas, revela nesta segunda parte do Casa às Costas vários pormenores da cultura vietnamita, como as superstições, diz que não comeu carne de cão, mas já provou escorpião, fala em algum xenofobismo, mas garante que vai continuar se subir de divisão
“No Vietname, tenho jogadores que entraram para a Academia com 7 anos e fizeram contrato até aos 25. É difícil o futebol evoluir assim”
Em 2018/19 foi treinar para o Vietname. Como foi aí parar?
Na China conheci o Philippe Troussier, que foi selecionador do Japão, da África do Sul, da Nigéria. Ele veio visitar o clube, gostou do meu trabalho, trocamos contactos. Mais tarde e depois de já ter saído de Taiwan, voltei para Portugal, estive em Lisboa sem trabalhar durante alguns meses e ele ligou-me a perguntar se eu não queria ir para o Vietname. Ele teve uma proposta para vir chefiar a PVF e convidou-me para vir trabalhar com ele.
Não hesitou?
Não hesitei quando vi as condições de trabalho que ia ter. Eram as melhores de sempre. Na Ásia não só pagam bem, como te dão casa, transporte, tudo, só tens de preocupar-te em trabalhar e ter resultados. As infraestruturas onde trabalho são de um nível de top mundial. Fiz uma pesquisa e percebi que o Vietname é um país com cem milhões de habitantes, praticamente todos apaixonados por futebol. Querem desenvolver-se, têm talento, há futebol de rua, coisa que nunca tinha visto na China, por exemplo.
O Philippe Troussier convidou-o para fazer o quê em concreto?
Para ser treinador principal dos sub 19. Ele veio como diretor técnico da PVF e como conselheiro-técnico da federação vietnamita de futebol.
Chegou ao Vietname em 2018. Já tinha sido pai?
Não, as minhas duas filhas foram ambas feitas no Vietname. A mais velha nasceu em São Miguel, por opção nossa, vai fazer cinco anos em agosto. A mais nova nasceu aqui, no Vietname.
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