Participaram do encontro preparatório do ato públio diversas legendas, incluindo UNE, CUT, MTST, MST, MNU, CMP, MMM; além dos partidos PT, PSOL e PCdoB. A mobilização visa a não deixar a guarda baixa diante de ameaças à democracia.
Por Redação, com RBA – de São Paulo
As Frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular decidiram, nesta terça-feira, convocar um dia nacional de mobilização pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em reunião conjunta, as organizações acertaram atos pelo país para o próximo dia 24 de março, em dimensão gigantesca.
Manifestação contra o mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL) terá lugar em São Paulo, na Avenida Paulista
Participaram do encontro diversas legendas, incluindo UNE, CUT, MTST, MST, MNU, CMP, MMM, além dos partidos PT, PSOL e PCdoB. A mobilização visa a não deixar a guarda baixa diante de ameaças à democracia.
— A esquerda precisa se organizar e responder ao ato de Bolsonaro — afirmou o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política (Fespsp) Aldo Fornazieri.
Encurralado
Fornazieri participou, na véspera, do programa Onze News, do jornalista Gustavo Conde, no canal de TV TVT. O cientista político argumenta que “é fator preocupante” a ausência de atos de rua de movimentos progressistas. Então, ele comentou que se trata de uma reação necessária à extrema direita.
— O bolsonarismo, a extrema direita, tem ainda grande capacidade de convocação nas ruas. Parece que a esquerda meio que perdeu as ruas desde 2015, 2016 — acrescentou.
Muito disso, sustenta ele, ocorre porque o bolsonarismo “está encurralado”. Está claro, segundo Fornazieri, o envolvimento do ex-presidente com atos golpistas; além de escândalos de corrupção envolvendo desvio de joias de países árabes. Por isso, Fornazieri afirma que o ato deste domingo foi “defensivo”.
— Mas, por outro lado, foi um ato ofensivo do ponto de vista político, porque ele teve capacidade de mobilização, de agitação. Teve a inserção mais próxima com a bancada evangélica — reforçou.
Resposta
Assim, a decisão de fazer um ato de resposta em defesa da prisão de Bolsonaro surge em meio às mais recentes revelações sobre um suposto plano golpista envolvendo o ex-presidente e ex-membros da alta cúpula de seu governo. Também estão na mira da PF generais e ex-comandantes das Forças Armadas.
As possíveis condenações do ex-presidente e de oficiais de alta patente, consideradas inéditas, podem ter impacto significativo na conjuntura política do país. As organizações presentes na reunião das frentes enfatizaram a importância de ocupar as ruas para pressionar pela punição dos envolvidos no suposto golpe.
Apesar de reconhecerem o papel fundamental do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal (PF) na defesa da democracia, a esquerda entende que não pode apenas observar as ações das instituições, especialmente diante da convocação por Bolsonaro da manifestação em sua defesa (referindo-se ao ato, na Avenida Paulista).
Seminário
Os movimentos sociais ratificaram, ainda, o calendário aprovado no seminário das Frentes realizado no início de fevereiro, intensificando as mobilizações para o Dia Internacional de Luta das Mulheres (8 de março) e as ações por justiça para Marielle Franco. Além disso, definiram o 24 de março como uma data nacional de mobilização, coincidindo com os 60 anos do golpe, como forma de destacar a defesa da democracia.
Também está prevista a divulgação de manifesto em defesa da democracia, buscando amplo apoio que não se restrinja aos espectros políticos de esquerda, em iniciativa similar à Carta aos brasileiros e às brasileiras, em defesa do Estado democrático de direito, lida na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 2022.
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