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BRASÍLIA – O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), condenado pelo mensalão e na Lava Jato, disse, nesta segunda-feira, 22, que avalia o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como de “centro-esquerda, apoiado por partidos de direita”. Contudo, durante Seminário Brasil Hoje, da Esfera Brasil, Dirceu havia dito que o presidente montou um governo de “centro-direita” em nome da governabilidade.
“Não é um governo de centro-esquerda, não, é um governo de centro-direita. Eu falo isso e todo mundo fica indignado, às vezes, dentro do PT. O PP e parte do PL, de certa forma, estão na base do governo. Essa é a exigência do momento histórico e político que estamos vivendo”, afirmou.
Já, em nota à imprensa, a assessoria do também ex-deputado federal esclareceu que, na verdade, governo Lula é apoiado por forças de direita. Segundo ele, a estratégia é para “consolidar uma maioria no Congresso e conquistar uma base social mais ampla, já foi externada inclusive em entrevistas do ex-ministro à imprensa”.
Ex-ministro petista, José Dirceu diz que é uma ‘questão de justiça’ voltar à Câmara dos Deputados. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
No evento, o ex-ministro ainda analisou a atual polarização política, que atribuiu a radicalização e a polarização ao “fundamentalismo religioso” propagado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante manifestações como a deste domingo, 21.
“Acredito que o Lula não optou pela polarização ou radicalização. Por que o Brasil está radicalizado, polarizado? Por causa do discurso que foi feito ontem no Rio de Janeiro, que é fundamentalismo religioso com ataque a democracia. E, ainda, chamando a direita internacional, a direita norte-americana, não só como do ex-presidente Trump, quanto do Musk.”
Em seguida, Dirceu voltou a reforçar que o programa do governo Lula não é um “programa de esquerda”. “Qual é o desafio que o Brasil tem? Primeiro, o Brasil está virando um país de partidos político. Quem está puxando isso nem somos nós da esquerda, são os partidos de centro-direita que estão se constituindo, só não vê quem não quer.”
Com o mandato cassado, em 2005, por ser apontado como responsável por liderar o esquema de pagamento de propinas a parlamentares, o mensalão, o ex-ministro afirmou não descarta uma candidatura a deputado federal em 2026. Após o evento da Esfera Brasil, o petista disse que voltar à Câmara dos Deputados é uma “questão de justiça”, além de que tomará decisão sobre ser candidato, juntamente com o PT, no segundo semestre do ano que vem.
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-deputado a dez anos e dez meses de reclusão por formação de quadrilha e corrupção ativa. A manifestação do Ministério Público Federal (MPF) que originou a sentença considerou Dirceu como o “chefe da quadrilha responsável pelo esquema de compra de apoio político. Pela Lei da Ficha Limpa, Dirceu está inelegível e não pode tomar posse em cargos públicos.
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