Líder das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Syrsky, registra intensificação de ofensiva russa após reeleição de Putin, e aponta falta de armas de alta tecnologia e de pessoal militar treinado.
Comandante-chefe Oleksandr Syrsky (dir.) reconhece situação tensa para o exército ucraniano
O comandante-chefe da Ucrânia, Oleksandr Syrsky, admitiu neste sábado (13/04), na rede social Telegram, que seu exército se encontra em posição difícil, à medida que se intensifica o avanço das tropas russas em direção a Chasiv Yar, na província de Donetsk.
“A situação na frente leste deteriorou consideravelmente nos últimos dias, principalmente devido a uma intensificação significativa da ofensiva inimiga, após as eleições presidenciais na Rússia” – nas quais, previsivelmente, Vladimir Putin foi reeleito.
Por outro lado, as áreas “mais problemáticas” teriam sido reforçadas, em particular com defesas antiaéreas, prosseguiu Syrsky. O exército russo está atacando as posições ucranianas nos setores de Lyman e Bakhmut “com grupos de assalto apoiados por veículos blindados”, bem como no setor de Pokrovsk.
Além disso “o tempo quente e seco tornou possível o acesso dos tanques à maior parte das áreas abertas”, acrescentou o líder militar. Apesar das perdas, o exército russo estaria mobilizando “novas unidades blindadas”, o que lhe permite obter “sucessos táticos”.
Bakhmut tem sido alvo de bombardeios russos intensos
“Mais armas de alta tecnologia e mais formação militar”
Segundo Kiev, nos últimos dias os russos intensificaram sua pressão em torno de Chasiv Yar, que agora se encontra “sob fogo constante”. Situada no topo de uma colina, a importante cidade oriental fica 20 quilômetros a oeste de Bakhmut e menos de 30 quilômetros a sudeste de Kramatorsk, a principal cidade da região controlada pelos ucranianos e um centro ferroviário e logístico crucial para o exército nacional.
Apesar do reforço das zonas “mais problemáticas” com defesas antiaéreas, “voltou a colocar-se a questão da superioridade técnica sobre o inimigo no domínio de armas de alta tecnologia “, explicou Syrsky. “Só assim conseguiremos vencer um inimigo maior”, sendo também necessário “melhorar a qualidade da formação do pessoal militar”, acrescentou. Ele assumiu o comando das Forças Armadas em fevereiro, após o presidente Volodimir Zelenski ter dispensado se popular antecessor, Valery Zaluzhny.
Há meses Kiev pede aos aliados ocidentais mais munições e sistemas de defesa aérea. Mas a ajuda está se esgotando devido a bloqueios políticos em Washington, obrigando os soldados ucranianos a economizarem munição.
Paralelamente, o presidente Zelenski advertiu que o inimigo estaria preparando uma ofensiva em grande escala, no fim de maio ou em junho, sem especificar onde. Na guerra que se arrasta desde 24 de fevereiro de 2022, o exército ucraniano vem tendo, ainda, dificuldade de recrutar pessoal face às forças russas, maiores e mais bem equipadas.
av (AFP,Lusa)
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