Chamavam-se Daisy e Mimi. Quando passei a caminho da praia, elas lá estavam, três cachorros que não teriam mais do que dois meses. Estavam debaixo de uma árvore encostadinhas umas às outras (soube depois que teriam sido abandonadas pelo pastor que só quis ficar com os machos da ninhada).
Daisy e Mimi estavam debaixo de uma árvore, tinham sido abandonadas por um pastor
Olha, coitadinhas, estão abandonadas, disse eu, ao que o meu marido respondeu, para ti, todos os cães estão abandonados. Mas estavam.
No outro dia recebi um telefonema a falar-me sobre essas cachorras. Voltei lá, mas já não as encontrei.
Como tinha outros cães, falei com o veterinário sobre esse assunto e o melhor veterinário do mundo, desses que não tiram o curso só para ganhar dinheiro, mas sim também pelo seu amor aos animais, saiu do consultório no fim de um dia de trabalho e foi comigo ajoelhando-se debaixo duma frondosa aroeira, para ver se as encontrava. Não estavam! Tinham sido recolhidas pela carrinha do canil. Fomos ao canil e lá estavam as três. Adotei duas e outra senhora ficou com a outra.
Toda a vida tenho adotado (recolhido) cães abandonados, procurando fazer o melhor por eles. Nesta altura, aos 72 anos, penso que tem sido uma das missões de vida, não só para mim mas também para o meu marido que me acompanha com toda a abnegação no cuidar dos nossos animais.
Um dia morrerei feliz porque não só estas cadelinhas foram muito especiais, mas também todos os outros que tive e tenho, me deram muito mais do que eu a eles.
Em troca de tão pouco, deram-me amor, amizade, ternura, sabedoria e acima de tudo lealdade que é o que hoje em dia se encontra tão pouco nalguns seres humanos.
Hoje já são umas estrelinhas. Partiram, uma em 2022 com 11 anos, e outra em Novembro com 12 anos e meio.
Mas para mim, não morreram. Porque o amor não morre. Ficam para sempre no meu coração, o amor não tem género nem espécie. O amor é o amor. Até um dia minhas doces cadelinhas. Havemos de nos encontrar um dia.
Como diz José Jorge Letria no seu livro “Amados Cães” se houver, como dizem que há, um céu dos cães, é lá que quero ter assento e ver a luz a minguar no horizonte com a sua palidez de crepúsculo num retrato de infância. Hei-de então bater à porta e pedir para entrar, e sei que eles virão contentes e leves receber-me.
Texto enviado por Maria Fernanda Dias
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