Não se identificam com brasão de armas? "Não são verdadeiros portugueses"

O antigo primeiro-ministro Durão Barroso criticou hoje a alteração do símbolo institucional do Governo, dizendo que os que não se identificam com o brasão de armas nacional “não são verdadeiros portugueses”.

O antigo líder do PSD juntou-se hoje à campanha da AD (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) num comício em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro, num auditório com 1.400 lugares sentados.

Durão Barroso quis abordar um tema a que considera não ter sido dado muito relevo pela comunicação social, a alteração da imagem institucional do Governo pelo executivo do PS.

“Diziam eles que o logótipo, as nossas antigas armas, não eram suficientemente inclusivas, que há uma parte das pessoas que não se identificam com elas. Mas se esses portugueses não se identificam com o nosso brasão de armas, então para mim não são verdadeiros portugueses, nós não temos símbolos mais inclusivos do que esses”, defendeu, agradecendo ao presidente do PSD já ter prometido que, se for primeiro-ministro, deixará de usar o novo símbolo.

O antigo primeiro-ministro invocou o seu passado como presidente da Comissão Europeia para abordar o tema das alterações climáticas, que entrou na campanha na AD depois de o cabeça de lista por Santarém, Eduardo Oliveira e Sousa, ter dito que há investimentos que são bloqueados por “falsas razões climáticas”.

“Foi durante a minha presidência da Comissão que lançámos o mais exigente programa de combate às alterações climática, há de facto um problema de alterações climáticas, mas temos de o resolver com sentido social”, disse.

Neste ponto, deixou ainda uma crítica aos ativistas climáticos mais radicais: “Não vão ser alguns meninos e meninas da cidade que nunca viram uma vaca ou um bezerro que nos que vão dizer como se deve ligar à natureza”, avisou.

“Todas as políticas, mesmo as mais justas, necessitam de ter equilíbrio, e temos de evitar as posições extremistas, sejam elas de extrema-esquerda ou extrema-direita”, afirmou.

Sobre este tema, deixou uma “farpa” ao antigo ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, que tutelava a área da ferrovia, embora sem nunca referir o seu nome.

“Eu hoje estava em Lisboa e como sou amigo do ambiente pensei vir de comboio – ou como agora se diz de ferrovia — mas entre Lisboa e Santa Maria da Feira é muito mais rápido vir de carro. Ou seja, as velhas autoestradas do Cavaco são mais rápidas que a ferrovia dos socialistas”, afirmou.

Durão Barroso quis ainda dizer à plateia de Santa Maria da Feira por que razão gosta do presidente do PSD, Luís Montenegro.

“Há políticos que pensam que o mundo não existia antes deles terem nascido, Luís Montenegro tem orgulho na história do PSD e da AD (…) Vai ser um grande primeiro-ministro de Portugal”, afirmou, dizendo que o país está farto de “políticos egocêntricos, com narcisismo patológico”.

No final da sua intervenção, o antigo líder social-democrata deixou um apelo aos que ainda não decidiram o seu voto.

“Vale a pena ir para um voto de protesto? A minha resposta é: não chega um voto de protesto”, afirmou, numa referência ao partido liderado por André Ventura.

Durão Barroso questionou “como se sentiriam os que não querem ver mais a governação socialista” se, devido a esse voto de protesto, “acordassem no dia 11” novamente com um Governo do PS.

O antigo governante defendeu também a importância de Portugal ter um Governo “que se sinta bem na NATO e na União Europeia”, questionando como poderiam PCP e BE influenciar uma eventual governação socialista.

“Não vamos brincar com questões de defesa nacional e de segurança nacional”, apelou.

Antes, o líder do CDS-PP, Nuno Melo, apelou também ao voto dos indecisos, com uma “gaffe” logo corrigida.

“São os indecisos que nos vão dar uma grande vitória. E nós merecemos uma grande vitória, uma vitória robusta que permita ao Pedro Nuno Santos ser primeiro-ministro sem depender muito dos outros… Eu disse isso? Enganei-me, ao Luís Montenegro. Deus me livre, cruzes canhoto”, corrigiu, provocando risos na sala.

Mais de 10,8 milhões de portugueses são chamados a votar em 10 de março para eleger 230 deputados à Assembleia da República.

A estas eleições concorrem 18 forças políticas, 15 partidos e três coligações.

 

SMA // JPS

Lusa/fim

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