Este assassinato, que, segundo Moscovo, foi orquestrado pela Ucrânia, provocou agitação na Rússia, especialmente entre os mais fervorosos apoiantes da intervenção militar na Ucrânia.
A justiça russa anunciou esta quinta-feira que condenou a 27 anos de prisão Daria Trepova, uma jovem acusada do assassínio à bomba, em abril de 2023, de um blogger russo especializado na invasão da Ucrânia.
Este assassínio – orquestrado, segundo Moscovo, pela Ucrânia e que nunca foi confirmado – provocou agitação na Rússia, especialmente entre os mais fervorosos apoiantes da intervenção militar na vizinha Ucrânia.
Esta quinta-feira, o tribunal militar de São Petersburgo condenou Daria Trepova a 27 anos de prisão a cumprir numa colónia penal, depois de a acusação ter pedido uma pena de 28 anos.
Esta é a sentença mais severa proferida publicamente contra uma mulher na Rússia desde a queda da URSS, informou a agência Ria Novosti, esclarecendo que, de acordo com a lei russa, uma mulher pode receber um máximo de 30 anos de prisão em caso de acusação de terrorismo.
O blogger Vladlen Tatarskiï, cujo nome verdadeiro é Maxime Fomin, foi morto em abril de 2023 depois de aceitar uma estatueta com uma armadilha, num café de São Petersburgo, das mãos de Daria Trepova.
A explosão também feriu cerca de 30 pessoas.
A jovem foi rapidamente detida por terrorismo e colocada numa cadeia, com Moscovo a acusar Kiev e agentes do opositor preso Alexei Navalny de estarem por detrás da operação.
Durante o interrogatório e durante o julgamento, a jovem sempre garantiu que não sabia que estava a carregar uma bomba, mas antes um dispositivo de escuta, mostrando-se envergonhada por ter sido manipulada.
Trepova alegou ter agido a pedido de uma pessoa na Ucrânia que conhecia apenas como “Guechtalt” e que esta pessoa lhe garantiu que a estatueta com armadilha continha um microfone.
A jovem assegurou ainda que aceitou a missão devido à sua oposição ao ataque lançado pela Rússia contra a Ucrânia, que a vítima apoiou e sobre a qual escrevia nas redes sociais.
Kiev nunca confirmou o seu envolvimento neste assassínio e as autoridades ucranianas disseram acreditar que se tratou de um acerto de contas interno nos círculos nacionalistas russos.
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