Congresso PS (Lusa/Miguel A. Lopes)
Vários socialistas ouvidos pela CNN Portugal, incluindo presidentes de federação, admitem que o cenário está a gerar desconforto nas estruturas, incluindo pela “pouca renovação” de nomes a que se assiste nos cabeças de lista.
Um deles confirma mesmo que não houve qualquer contacto do secretário-geral do PS ao longo desta semana, para dar feedback sobre o processo. Ainda assim, vários nomes têm vindo a público. Contudo, há a ressalva de que poderá haver mudanças até à indicação oficial.
Distrito a distrito
Aveiro: Pedro Nuno Santos. Numa boca a Luís Montenegro, que segue como cabeça de lista por Lisboa, o novo secretário-geral do PS garantiu que não trocaria o seu distrito “por nada”.
Beja: Nélson Brito. Neste distrito, deverá haver uma renovação, recaindo a escolha no presidente da federação. Em 2022, a escolha tinha recaído sobre Pedro do Carmo, que foi o presidente da comissão organizadora do último congresso do PS.
Braga: José Luís Carneiro. A CNN apurou que as escolhas neste distrito foram difíceis de tomar. Tensas até. O nome do ex-rival interno de Pedro Nuno Santos deverá chegar pela quota nacional. Já tinha sido número um em 2022 por este distrito.
(Lusa)
Castelo Branco: Ana Abrunhosa ou Eurico Brilhante Dias. A decisão está dependente da distribuição de lugares feita por Pedro Nuno Santos. Ana Abrunhosa poderia renovar como número um neste distrito. Mas, como é também apontada para Coimbra, Eurico Brilhante Dias, que já foi eleito por Castelo Branco, é opção.
Coimbra: Ana Abrunhosa. Até à publicação deste artigo, era o nome mais provável para este distrito. Vários socialistas apontam a atual ministra como uma potencial candidata à Câmara de Coimbra, encarando esta eleição já como uma rampa de lançamento.
Évora: Luís Dias. Neste distrito, haverá também renovação. É o atual presidente de federação e autarca de Vendas Novas quem encabeçará a lista. Em 2022, a escolha tinha sido Capoulas Santos.
Faro: Jamila Madeira. A ex-secretária de Estado Adjunta e da Saúde, apoiante de José Luís Carneiro na corrida interna, deverá voltar a ser a escolha por Faro. Já tinha sido assim nas últimas legislativas.
Guarda: Ana Mendes Godinho. A atual ministra do Trabalho será a escolha mais provável para representar este distrito do interior, tal como já tinha acontecido em 2022.
Lisboa: Mariana Vieira da Silva. Num distrito importante no que respeita ao número de eleitos, a escolha recaiu sobre a atual ministra da Presidência, que se manteve neutra na disputa interna. Outros nomes estiveram apontados ao primeiro lugar da lista. Como Alexandra Leitão ou mesmo Marta Temido. A última, potencial candidata à Câmara de Lisboa, que foi indicada como a primeira opção da concelhia, surge em quarto na lista. Marcos Perestrello é o número dois, enquanto Fernando Medina, que também era dado como certo nas escolhas de Pedro Nuno Santos para este distrito, é o número três. O atual presidente da FAUL, Duarte Cordeiro, optou por não integrar as listas, dado o seu envolvimento na Operação Influencer. Da lista, conhecida ao final da tarde desta segunda-feira, fazem também parte Pedro Delgado Alves, Sérgio Sousa Pinto, Edite Estrela, Miguel Cabrita, Miguel Costa Matos, Pedro Vaz, Isabel Moreira ou Maria Begonha em lugares potencialmente elegíveis.
(Lusa)
Portalegre: Ricardo Pinheiro. Num distrito com poucos lugares para eleger, deverá volta a ser Ricardo Pinheiro, ex-autarca de Campo Maior e ex-secretário de Estado do Planeamento, a escolha.
Porto: Francisco Assis. É um nome praticamente certo para cabeça de lista. Até porque vários membros do partido neste distrito já o revelaram publicamente. Natural de Amarante, surgiu como um dos apoiantes mais relevantes de Pedro Nuno Santos, por representar uma ala mais conservadora do partido. Já encabeçou a lista do PS pelo Porto nas legislativas de 2011. Nas últimas, em 2022, ficou de fora. Era então Alexandre Quintanilha o cabeça de lista. A federação do Porto apontou João Torres, diretor de campanha de Pedro Nuno Santos e atual secretário-geral adjunto do PS, como primeira escolha.
(Lusa)
Santarém: Alexandra Leitão. Embora inicialmente apontada a Lisboa, a ex-ministra deverá voltar a ser a escolha por Santarém. É autora da moção de Pedro Nuno Santos e está a coordenar o seu programa eleitoral. Como número dois, Santarém apresenta o presidente de federação Hugo Costa.
Setúbal: Ana Catarina Mendes. A atual ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares deverá voltar a ser a escolha por Setúbal, onde já tinha encabeçado a lista nas últimas legislativas. Um nome forte, com ligação à terra, visto também como uma forma de valorizar os quadros socialistas que optaram por não assumir um lado na última disputa interna.
Viana do Castelo: Marina Gonçalves. Neste distrito, deverá haver novidades face às últimas legislativas. A ministra da Habitação, nome de confiança de Pedro Nuno Santos, deverá surgir na dianteira da lista de deputados. Em 2022, tinha sido o ex-ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues a assumir essa função.
Viseu: Elza Pais. A única coisa dada como certa em Viseu é de que a cabeça de lista será uma mulher. A escolha, segundo socialistas ouvidos pela CNN Portugal, deverá passar por Elza Pais, presidente das Mulheres Socialistas. No passado, já foi eleita deputada por este distrito. A escolha de 2022 tinha sido João Azevedo.
Açores: Francisco César. Esta é uma escolha que está fechada, sem margem para dúvidas. O filho de Carlos César, que foi diretor de campanha de Pedro Nuno Santos nas diretas do partido, foi o nome natural.
Madeira: Paulo Cafôfo. É também uma escolha fechada, até porque o PS Madeira fez um comunicado a confirmar a escolha. Neste distrito, a tensão para a constituição das listas foi também tensa. Um dos desafios apontados a Pedro Nuno Santos será a de inclusão do madeirense Carlos Pereira, seu apoiante e antigo cabeça de lista, que não reúne consenso nas bases.
Europa: Augusto Santos Silva. Elemento do núcleo duro de António Costa, é apontado como a escolha para este círculo eleitoral. Recorde-se que, nas últimas eleições, foi eleito pelo círculo de Fora da Europa. Na Europa, Paulo Pisco tinha sido a escolha em 2022.
Socialistas criticam falta de novos nomes face a Costa (Lusa)
Uma “confusão” e mal-estar: muitos nomes, poucos lugares
Estarão por preencher os cabeças de lista em Bragança, Leiria (onde o último cabeça de lista tinha sido Lacerda Sales, envolvido no caso de alegada cunha no tratamento das gémeas luso-brasileiras no Hospital de Santa Maria), Vila Real e do círculo Fora da Europa.
Mas, como se nota pelos nomes acima, é notória uma continuidade nas escolhas. Algo que está a gerar desconforto entre os socialistas, uma vez que consideram que Pedro Nuno Santos, a apostar em muitos dos nomes de Costa, não conseguirá mostrar aos portugueses como quer fazer diferente.
“Fazer listas é sempre difícil. Mas estas são particularmente difíceis. É preciso fazer uma renovação. E antecipa-se uma redução do número de eleitos”, aponta um dirigente socialista conhecedor do processo. Há a ambição de não deixar ninguém de fora, quando à partida serão menos os lugares disponíveis no Parlamento sem a renovação da maioria absoluta.
Um socialista, que integrará o círculo de Lisboa, conta à CNN Portugal que este processo de seleção “está a ser uma grande confusão”. Algo justificado pelo calendário apertado – está a fazer-se numa semana o que era habitual em mês e meio –, mas também pela necessidade de honrar o compromisso assumido com José Luís Carneiro de ter 35% dos seus apoiantes nas listas, sem esquecer os nomes de confiança do próprio Pedro Nuno. Vários relatos internos apontam mal-estar entre as duas partes. Nas federações, a presença de apoiantes de Carneiro tem sido pouco relevante, o que aumenta a pressão para a sua entrada na quota nacional.
Nomes próximos do atual secretário-geral do PS já tinham adiantado à CNN Portugal que o próprio secretário-geral gostaria de ter tido “mais tempo” para pensar em novos protagonistas e que “nomes, em definitivo, só na terça-feira”.
Certo é que várias federações do PS estão a fechar listas sem as escolhas de Pedro Nuno Santos, indicando apenas a referência “quota nacional”. Nesta segunda-feira reúnem-se muitas delas.
O processo terá de ser concluído nesta terça-feira. Neste dia, a Comissão Política Nacional reúne-se para a aprovação final, depois da luz verde do próprio secretariado [conhecido como o “núcleo duro” de Pedro Nuno Santos] às escolhas.
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