Despedimentos coletivos e 'layoffs' disparam, empresários falam em deterioração da conjuntura económica
O número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos aumentou 98% nos primeiros três meses do ano, face ao mesmo período de 2023. E nos ‘layoff’ o cenário não é melhor: perto de 11 mil têm contrato suspenso ou estão em redução de horário, mais do dobro do registado no ano passado
Mais de 90 trabalhadores da Efacec já receberam notificação de despedimento coletivo
São sinais de alerta que é preciso monitorizar de perto. Nos primeiros três meses do ano, o número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos quase duplicou face ao mesmo período de 2023, abrangendo 1.549 trabalhadores. E no ‘layoff’ (mecanismo que permite a empresas em situação de dificuldade suspender temporariamente o contrato ou reduzir o horário dos trabalhadores) o cenário não é mais animador. Em março deste ano estavam abrangidos por ‘layoff’ 10.827 trabalhadores, mais do dobro dos registados no mesmo mês do ano passado.
As associações sectoriais falam do impacto da guerra, da inflação, da retração do consumo no dia a dia das fábricas. “Quando as encomendas quebram e não há trabalho, as empresas só têm duas hipóteses de sobrevivência: reduzem o número de trabalhadores ou recorrem ao ‘layoff’”, comenta o presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, Mário Jorge Machado, na expectativa dos números das exportações de março para perceber “se já há alguns sinais de melhoria no horizonte próximo”.
No caso do calçado, onde o desemprego aumentou mais de 80% num ano, entre março de 2022 e o mesmo mês de 2023, Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da associação sectorial APICCAPS nota que o quadro atual “reflete a deterioração do cenário em 2023, depois de um ano recorde, em 2022, com as empresas a organizarem-se pela primeira vez para irem subcontratar a Marrocos e à Tunísia, por terem esgotado completamente a capacidade de contratação de mão de obra em Portugal”.
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