Candidatura de Angola à presidência da União Africana terá “muitos apoios”
É cada vez mais claro que Angola está em campanha para a presidência da União Africana para o biénio 2025-2026, estando a recolher apoios um pouco por todo o continente. Esta á uma candidatura que os analistas consideram “possível, é importante e é estratégica”.
A poucas semanas da reunião anual da União Africana em que deverá ser decidido quem vai suceder às ilhas Comores no comando desta organização regional, Angola posiciona-se como um dos candidatos mais fortes a este lugar cimeiro. Para isso, nos últimos meses, o Presidente João Lourenço tem levado a cabo uma forte campanha, assim como a diplomacia angolana, garantindo “muitos apoios”.
“É possível, é importante e é estratégico [a candidatura de Angola à presidência da União Africana] porque Angola é um país extremamente importante dentro da geografia política africana. Tem dos exércitos mais organizados da África subsariana, com uma economia entre as cinco maiores do continente, é estável política e militarmente e tem-se desdobrado para procurar soluções para os problemas africanos. Do ponto de vista prático, Angola terá muitos apoios na União Africana”, declarou o investigar Osvaldo Mboco.
Em declaraçoes à RFI, o especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, declarou que Angola tem levado a cabo uma acção de mediação nos conflitos do continente que lhe permite estar numa posição cimeira para a presidência da União Africana.
“Esta é uma candidatura estratégica porque neste momento Angola é um dos principais actores em matéria de prevenção, gestão e resolução de conflitos. Hoje, em África, o calcanhar de Aquiles do desenvolvimento africano é a instabilidade e os conflitos que existem a nível do continente africano e Angola tenta jogar esse papel importante. Angola tem característica para ser um Estado director do continente”, indicou.
Esta será uma forma de Angola ter mais peso na agenda africana não só do ponto de vista político, mas também nas questões económicas.
“A presidência de Angola pode influenciar a agenda da União Africana enquanto estiver na direcção da presidência. Logo, Angola vai buscar o prestígio internacional. Agora, a astúcia da diplomacia angolana é que tem de funcionar, não simplesmente na dimensão política e militar, mas também dos nossos interesses económicos”, concluiu.
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