Quem são os houthis e por que foram atacados de novo por EUA e Reino Unido?

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EUA e Reino Unido fizeram segunda operação conjunta contra os houthis

Os Estados Unidos e o Reino Unido voltaram a realizar nesta segunda-feira (22/01) uma série de ataques aéreos conjuntos contra alvos houthis no Iêmen.

O Pentágono disse que os ataques atingiram oito alvos, incluindo um local de armazenamento subterrâneo, afetando a capacidade dos houthi de disparar mísseis Houthi e realizar vigilância.

Uma declaração conjunta emitida pelo Pentágono afirma que houve “uma rodada adicional de ataques proporcionais e necessários” contra os houthis.

“Nosso objetivo continua sendo diminuir as tensões e restaurar a estabilidade no Mar Vermelho, mas reiteremos o nosso aviso à liderança houthi: não hesitaremos em defender vidas e o livre fluxo de comércio em uma das hidrovias mais importantes do mundo diante de ameaças contínuas.”

Este é o oitavo ataque dos EUA contra alvos Houthi no Iêmen e a segunda operação conjunta com o Reino Unido.

O secretário das Relações Exteriores britânico, David Cameron, disse aos repórteres que o Reino Unido enviou uma “mensagem clara” e que “continuará afetando” a capacidade dos houthis de realizar ataques.

Cameron disse que a narrativa dos houthis de que os ataques estão relacionados com a guerra entre Israel e o Hamas “não deve ser aceita” e que o Reino Unido quer um “fim rápido para o conflito” em Gaza.

O ataque ordenado por Washington e Londres contra áreas controladas pelos rebeldes ocorre após meses de ataques dos houthis contra navios de bandeira internacional que utilizam a rota do Mar Vermelho.

Os houthis apoiam o Hamas no conflito contra Israel iniciado em 7 de outubro.

Os rebeldes têm avisado que vão atacar todos os navios com destino a Israel que passarem por sua costa.

Os houthis, que desde 2015 lutam pelo controle total do Iêmen — um país que fica no Mar Vermelho — já lançaram vários mísseis e drones contra navios de carga.

Os ataques forçaram cinco grandes empresas, incluindo a petrolífera British Petroleum (BP) e as companhias marítimas MSC, CMA CGM, Maersk e Hapag-Lloyd, a utilizar outras rotas comerciais muito mais longas para proteger suas tripulações, navios e mercadorias, causando perturbações no transporte marítimo internacional.

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Os houthis se tornaram uma força poderosa no Iêmen

Como os houthis atacaram alvos israelenses?

Depois do início da operação de retaliação israelense na Faixa de Gaza, em 19 de outubro, rebeldes houthis dispararam diversos mísseis e drones em direção a Israel.

Os Estados Unidos declararam que seus navios de guerra no Mar Vermelho interceptaram alguns deles, enquanto outros caíram no mar ou em território egípcio.

Em novembro de 2023, rebeldes houthis capturaram o que eles afirmam ser um navio de carga israelense no Mar Vermelho e o levaram para um local perto do litoral do Iêmen.

Israel afirmou que o navio não é israelense e que não havia tripulantes de Israel a bordo, mas relatos não confirmados indicam que o navio pode ter pertencido a um armador israelense.

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Os houthis divulgaram imagens mostrando seus combatentes sequestrando um navio no Mar Vermelho em 21 de novembro

Desde 3 de dezembro, os houthis atacaram uma série de navios mercantes no Mar Vermelho com drones e mísseis balísticos disparados da vizinha costa do Iêmen, ocupada pelos rebeldes.

Navios de guerra dos EUA, do Reino Unido e da França interceptaram vários desses projéteis, mas diversos navios foram atingidos.

O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom), responsável pelas operações militares americanas no Oriente Médio, afirmou que “esses ataques lançados pelos houthis no Iêmen são totalmente viabilizados pelo Irã”.

Quem são os rebeldes houthis e qual é o seu objetivo?

Os houthis são um grupo armado iemenita da minoria muçulmana xiita do país, os zaiditas.

O grupo foi formado nos anos 1990, para combater o que eles consideravam ser corrupção do então presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh (1942-2017).

O nome do movimento vem do seu fundador, Houssein al Houthi (1959-2004). Eles também se autodenominam Ansar Allah (Partidários de Deus).

Após a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos em 2003, os houthis adotaram o slogan: “Deus é grande. Morte aos Estados Unidos. Morte a Israel. Maldição aos judeus e vitória para o Islã.”

Eles se declaram parte do “eixo da resistência” liderado pelo Irã contra Israel, os Estados Unidos e o Ocidente em geral – em conjunto com o Hamas e o Hezbollah.

Isso explica por que os houthis vêm atacando os navios que se dirigem a Israel no Golfo Pérsico, segundo Hisham Al-Omeisy, especialista em Iêmen da organização Instituto Europeu da Paz.

“Agora, eles estão realmente combatendo os imperialistas, estão lutando contra os inimigos da nação do Islã”, afirma ele. “Sua base se identifica com isso.”

Como os houthis ocuparam grandes partes do Iêmen?

Os houthis ganharam grande força política no Iêmen no início de 2014, quando se levantaram contra o presidente iemenita Abdrabbuh Mansour Hadi, sucessor de Ali Abdullah Saleh. Eles chegaram a um acordo com seu antigo inimigo e tentaram conduzir Saleh de novo ao poder.

Os rebeldes tomaram o controle da província de Saada, no norte do Iêmen. E, no início de 2015, eles capturaram a capital do país, Sanaa, forçando o presidente Hadi a fugir para o exterior.

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Abdrabbuh Mansour Hadi e Ali Abdullah Saleh em palanque

A Arábia Saudita, vizinha do Iêmen, interveio militarmente para tentar derrubar os houthis e reempossar Hadi na presidência. A ação teve o apoio do Bahrein e dos Emirados Árabes Unidos.

Os houthis repeliram os ataques e continuaram a controlar grandes partes do Iêmen. Eles assassinaram Ali Abdullah Saleh em 2017, quando ele tentou trocar de lado e aliar-se aos sauditas.

Quem apoia os rebeldes houthis?

Os rebeldes houthis seguem o modelo do grupo armado xiita no Líbano, o Hezbollah.

A organização libanesa fornece extensos treinamentos e conhecimentos militares aos houthis desde 2014, segundo o instituto de pesquisa americano Centro de Combate ao Terrorismo.

Os houthis também consideram o Irã como aliado, já que a Arábia Saudita é seu inimigo comum. O Irã é suspeito de fornecer armas aos rebeldes houthis.

Os Estados Unidos e a Arábia Saudita afirmam que o Irã forneceu os mísseis balísticos disparados pelos houthis sobre a capital saudita, Riad, em 2017. Os mísseis foram derrubados.

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Destroços de um drone disparado a partir do Iêmen contra os Emirados Árabes Unidos

A Arábia Saudita também acusa o Irã de fornecer drones e mísseis de cruzeiro usados pelos houthis para atacar instalações petrolíferas sauditas em 2019.

Os houthis dispararam dezenas de milhares de mísseis de curto alcance em direção à Arábia Saudita e também atacaram alvos nos Emirados Árabes Unidos.

O fornecimento dessas armas desrespeitaria um embargo das Nações Unidas, e o Irã nega as acusações.

Qual o poder dos rebeldes houthis e que parte do Iêmen eles controlam?

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A maioria da população do Iêmen vive em áreas sob o controle dos houthis

O órgão oficial de governo do Iêmen é o Conselho de Liderança Presidencial. O presidente Abdrabbuh Mansour Hadi transferiu seus poderes para o conselho em abril de 2022.

Sua sede fica em Riad, na Arábia Saudita. Mas a maior parte da população iemenita vive em regiões controladas pelos houthis e a organização cobra impostos no norte do país, além de emitir dinheiro.

O Conselho de Segurança da ONU menciona um especialista no movimento houthi, Ahmed al-Bahri, que afirma que, em 2010, os houthis tinham 100 mil a 120 mil seguidores. Esse contingente é composto de soldados armados e apoiadores desarmados.

As Nações Unidas também afirmam que cerca de 1,5 mil crianças recrutadas pelos rebeldes houthis morreram em combate em 2020, além de outras centenas no ano seguinte.

Os houthis controlam grande parte do litoral do Mar Vermelho, de onde eles lançam seus ataques aos navios. Al-Omeisy afirma que esses ataques ajudaram os rebeldes iemenitas nas negociações de paz com a Arábia Saudita.

“Ao mostrar aos sauditas que eles realmente podem fechar o Bab al-Mandab [o estreito que liga o Mar Vermelho ao Golfo de Áden], eles pressionam ainda mais os sauditas em busca de concessões”, explica ele.

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