Recentemente, informamos que Espanha e Portugal estão passando por uma grande seca. Enquanto Barcelona teve a ideia de reutilizar a água do banho para dar descarga, uma empresa parece ter uma solução mundial para o problema. O Kumulus-1 aproveita a umidade atmosférica para conseguir uma fonte alternativa de água potável. A invenção pode tornar a falta de chuva “mais suportável” e combater a poluição plástica no processo.
Segundo dados das Nações Unidas, existem 2,2 bilhões de pessoas sem acesso a um abastecimento confiável de água potável e, há pelo menos dois anos, cerca de 1,7 bilhões foram obrigadas a recorrer a fontes contaminadas com fezes. Os números e o problema que a seca representa à escala global são tais que há algum tempo que cientistas e indústria têm explorado novas formas de reforçar o abastecimento de água.
A invenção que quer acabar com a seca e o uso de garrafas de forma simples: com ar e sol
Kumulus-1, a invenção que promete fazer água potável a partir de ar úmido (Imagem: Zouhair Ben Jannet) A proposta do Kumulus-1
O Kumulus-1 é um gerador de água atmosférica, também conhecido como AGW (Atmospheric Water Generator), e basicamente funciona como uma espécie de desumidificador capaz de fornecer água potável. Os responsáveis estimam que num só dia seja capaz de fornecer entre 20 e 30 litros de um líquido que, afirmam, é saudável e adequado ao consumo. Eles afirmam ainda que a máquina cabe em um cubo de apenas um metro cúbico e, se equipada com fonte de energia solar, pode funcionar de forma autônoma. Seu aspecto é de uma ânfora e pesa aproximadamente 60 quilos.
No site, a empresa explica que está a finalizar a certificação CE e que, enquanto espera alcançá-la, começou a receber encomendas. “Assim que o rótulo CE for alcançado, começaremos a entregar máquinas. Além do CE, a nossa água é analisada quase diariamente por laboratórios externos reconhecidos para confirmar que cumpre os requisitos da OMS, os padrões de água potável da UE e os regulamentos da nos países onde atuamos”, comentam seus gestores. Além da qualidade da água, afirmam que a proposta reduziria uma das principais fontes de poluição plástica: as garrafas descartáveis.
Umidade e energia solar
Umidade e energia solar são dois conceitos que a empresa destaca com frequência. “Na Kumulus projetamos, fabricamos e operamos máquinas que geram água potável a partir da energia solar e da umidade do ar. Nossas máquinas são conectadas digitalmente e podem ser controladas remotamente, oferecendo a opção de acesso descentralizado e totalmente autônomo à água potável”, detalha a firma, antes de ressaltar que o aparelho pode ser operado com controle remoto, é fácil de transportar, instalar e usar e ainda pode fornecer entre 20 e 30 litros por dia.
“Além de capturar a umidade do ar, tratamos a água coletada com vários filtros, adicionamos sais minerais para torná-la segura para consumo e depois passamos por um filtro UV antes de sair da torneira para matar bactérias”, acrescenta Mohamed Ali ao portal France 24, cofundador do projeto franco-tunisiano com sede na Tunísia, na França e na Espanha. “Colocamos sensores em toda a máquina para receber dados e ajustar o tratamento da água com base na qualidade do ar”.
A invenção que quer acabar com a seca e o uso de garrafas de forma simples: com ar e sol
Kumulus-1 em funcionamento (Imagem: Kumulus via LinkedIn) Como funciona o Kumulus-1?
O Kumulus-1 conta com uma equipe liderada por Iheb Triki, antigo conselheiro do Ministério da Energia da Tunísia e com vasta experiência na área das energias renováveis, e Mohamed Ali Abid, engenheiro formado na prestigiada Ecole Polytechnique, na França. Para explicar como funciona o dispositivo AGW, eles o comparam a um desumidificador, embora com nuances importantes. Em geral, garantem que, incluindo o valor da máquina, a sua manutenção e energia, a água Kumulus-1 será entre 20 e 30% mais barata do que a água mineral engarrafada.
“Os Kumulus têm muitas semelhanças com os desumidificadores. Mas se entrarmos em detalhes, a quantidade de diferenças torna a comparação imprecisa. Os Kumulus produzem água potável. Isso significa escolher componentes adequados para entrar em contato com a água potável e implementar filtração múltipla e processos de mineralização”, explica a empresa. Além disso, sua tecnologia incorpora uma plataforma com algoritmos preditivos, controle inteligente do consumo de energia e também um sistema de controle remoto.
Projetado para ambientes áridos
Os dispositivos AGW são responsáveis pela obtenção de água potável a partir do ar úmido, uma valiosa fonte de abastecimento. Como referência, o Serviço Geológico dos Estados Unidos explica que se toda a água da atmosfera chovesse de uma só vez, cobriria o globo até uma profundidade de 2,5 cm. Para aproveitar esse ar úmido, o Kumulus-1 incorpora muitos filtros de diversos tipos, inclusive os responsáveis por impedir a passagem de bactérias e partículas. Suas máquinas também estão conectadas via WiFi, BlueTooth ou dados móveis e os próprios dispositivos são responsáveis por monitorar seus componentes.
Kumulus já disponibilizou sua invenção em uma escola na Tunísia (Imagem: Mathieu Michal)
Sobre onde deve ou não ser utilizado, a empresa especifica que o Kumulus-1 pode operar no deserto. “As nossas máquinas são concebidas para as condições climáticas do Mediterrâneo, que é um ambiente relativamente árido”, afirmam os responsáveis. “Sim, as nossas máquinas produzem água no deserto, mas para ter a certeza dos níveis esperados podemos realizar uma análise com base nas condições específicas”.
Inclusive, a Kumulus participou de um programa para levar água potável a áreas remotas de África e, em meados de 2023, instalou quatro das suas ânforas movidas a energia solar em Kebili, na Tunísia.
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